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23 de agosto de 2010

Começa operação para entregar alimentos aos 33 mineiros presos no Chile

Presidente chileno, Sebastian Piñera, segura nota enviada pelos mineiros dizendo que estão vivos (Hector Retamal/AP)

Depois de reforçar o pequeno duto por onde os 33 mineiros presos há 18 dias em uma mina conseguiram se comunicar com as equipes de resgate no Chile, começa nesta segunda-feira uma operação para enviar com rapidez alimentos, água potável e outros itens para o grupo.

As informações foram confirmadas pelo ministro da Mineração chileno, Laurence Golborne, que ainda indicou que as equipes trabalharam durante toda a noite para reforçar as paredes do orifício de 8 centímetros de diâmetro aberto entre a superfície e o refúgio onde estão os mineiros, a 700 metros de profundidade.

"Estamos terminando o reforço do poço. Isso vai impedir que se feche", explicou Golborne.
"Depois vamos retomar o contato com eles, e vamos iniciar o envio de (...) água com glicose e de uma série de outros elementos que permitirão mantê-los com vida", acrescentou.

Para o transporte dos itens até o fundo da mina, serão utilizados tubos de plástico azuis. A prioridade neste momento é fazer chegar até os mineiros água, medicamentos e alimentos condensados.
No domingo (22), o grupo conseguiu enviar através deste duto uma mensagem informando que estão todos bem, após 17 dias presos na mina.
Segundo Golborne, operações paralelas tentarão perfurar em outros pontos "para conseguir outras vias de comunicação".

As equipes de resgate planejam usar este buraco para passar tubos plásticos contendo glucose, gel de hidratação e comida para que eles possam sobreviver enquanto um novo buraco de acesso é cavado.
Um acidente na mina de ouro e cobre próxima à cidade de Copiapo, a 450 quilômetros da capital Santiago, deixou os 33 mineiros presos em uma pequena câmara a sete quilômetros da entrada da mina e centenas de metros abaixo da superfície.

RESGATE DEMORADO
Um dia após os chilenos comemorarem o sinal de vida dos 33 mineiros presos há 18 dias sob uma mina no norte do Chile, especialistas alertam que o resgate pode demorar de três a quatro meses.
Os esforços de resgate, acompanhados de perto pelo presidente Sebastián Piñera, avançam vagarosamente diante do temor de um desmoronamento que acabe com o refúgio, do tamanho de um apartamento pequeno, que protege os trabalhadores.

"O que precisamos fazer agora é garantir a segurança deste cordão umbilical para ficarmos conectados com os mineiros, para mantê-los vivos", disse Andre Sougarret, gerente da mineradora El Teniente, que realiza a escavação.
"Nossa estimativa inicial é de que demorará de três a quatro meses para cavar", disse Sougarret.
 
SOBREVIVÊNCIA
Tanques de água e túneis de ventilação ajudaram os mineiros a sobreviver, mas o estoque de comida é limitado e especialistas médicos estimam que eles tenham perdido de oito a nove quilos cada.
Pelas imagens da câmera, é possível ver que alguns estão sem camisa pelo calor intenso na mina, mas oficiais disseram que eles parecem em melhor estado do que o imaginado.
Eles utilizaram a bateria de uma caminhonete para carregar a lâmpada nos capacetes.

A equipe de resgate disse que ouviu ruídos de martelo, quando enviaram uma nova sonda perfuradora ao local em que se imaginava estarem os soterrados na mina de ouro e cobre.
Piñera elogiou "a força, o valor e a coragem" dos 32 trabalhadores chilenos e um boliviano presos na mina, que "resistiram mais de duas semanas sozinhos nas profundezas da montanha".

"Hoje o Chile inteiro está feliz, cheio de emoção", afirmou o presidente, que já havia apelado a Deus diante dos fracassos no resgate.
O acidente levantou uma discussão sobre a segurança nas minas chilenas. O governo diz que a mina de San Jose, de propriedade da empresa privada Compania Minera San Esteban Primera, sofreu uma série de acidentes e 16 trabalhadores morreram nos últimos anos.

fonte> Folha

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