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18 de setembro de 2007

Brasil e China lançam satélite nesta quarta

Brasileiros e chineses se preparam para lançar, no início da madrugada desta quarta-feira (19), seu terceiro satélite conjunto. O Cbers-2b, como o nome sugere, é uma réplica quase exata do Cbers-2, que anda "manco" desde que uma de suas baterias pifou, em 2005, prejudicando seriamente seu desempenho. Construído com peças que sobraram do satélite anterior, ele elimina o tempo sem imagens que viria caso os dois países saltassem direto do Cbers-2 para o 3 -- que será um grande salto tecnológico com relação aos lançamentos anteriores. O programa Cbers, que hoje prevê um total de cinco satélites, colocou o Brasil no mapa da distribuição de imagens obtidas em órbita. Além de ajudar o país no monitoramento de seu ambiente, tornou o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) uma referência no fornecimento de imagens de satélite para outras nações. Hoje é possível descarregar gratuitamente pela internet (http://www.dgi.inpe.br/CDSR/) as imagens do Cbers-2, contanto que o usuário esteja em algum dos países da América do Sul. Após o lançamento do Cbers-2B, há a perspectiva de aumentar ainda mais esse potencial, com a instalação de estações de recepção das imagens do satélite na África, na Oceania e na América Latina -- a um custo de US$ 5 milhões anuais. O que, na verdade, é café pequeno, se comparado ao custo dos satélites em si. Com os dois primeiros, o país gastou US$ 118 milhões (enquanto a China pagou US$ 182 milhões). No terceiro, o custo brasileiro foi de US$ 15 milhões (enquanto a China pagou US$ 35 milhões). Para os dois últimos, as duas nações gastarão US$ 150 milhões cada. Ao final, o projeto Cbers consumirá do programa espacial brasileiro US$ 283 milhões -- 28 vezes o que se gastou para enviar o astronauta Marcos Cesar Pontes à Estação Espacial Internacional, em 2006. Claro, o retorno científico dos satélites também é muito maior que o vôo de Pontes, justificando os gastos. O início do vôo do Cbers-2b, levado ao espaço por um foguete Longa Marcha-4B, está marcado para as 0h26 desta quarta-feira (horário de Brasília). A decolagem acontece no Centro de Lançamento de Satélites de Taiyuan. A vida útil estimada do Cbers-2B, como seus predecessores, é de dois anos. Após o quê será lançado o Cbers-3, em 2009. O último satélite da série, Cbers-4, deve partir em 2011.

do G1.globo